domingo, 30 de agosto de 2009

Casamento

Eu gosto de casamentos.

São todos iguais, o mesmo blá blá blá, a mesma comida (mais ou menos fria), as mesmas músicas, as mesmas lembrancinhas... mas quem disse que precisa ser tudo diferente para agradar a Jackie?

Ontem teve casório. Foi divertido desde a cerimônia religiosa, em que o padre parecia ter exagerado no vinho e falou muuuuuuita mercadoria. Demais. O cara roubou a cena. Uma de suas frases foi: "Não acomoda depois do casamento. Tem gente que casa e relaxa. Continua se arrumando e se perfumando mesmo depois de casar... O vizinho tá sempre de olho!"

A igreja vinha abaixo cada vez que ele dizia algo do tipo. Ah, teve também "Pronto, menina. Agora coloca essa aliança aí e amarra esse homem!". "Deus criou o mundo e tudo era um caos. Aí ele criou o Homem e tudo continuou uma bagunça, mas o Homem tentava organizar as coisas. Vendo que sozinho ele não conseguiria, Deus criou a mulher. Resultado: o mundo continuou um caos e o Homem ficou BABACA. E assim é até hoje! Passa uma boazuda na rua e os babacas quase quebram o pescoço pra ver...."

Depois fomos pro buffet. Um espaço legal. A decoração simples e bonita. Gostei...

Gostei mais ainda de quando começou a tocar Michael Jackson (tocaram primeiro Rock With You e depois Don't Stop 'Til You Get Enough). Dancei muito. Precisava recarregar. Foi tudo melhor quando serviram as bebidinhas...

Encontrei uma tia lá, do nada. Puta coincidência!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

And so it is...

Existem certos momentos em que a palavra não basta.

Existem certos momentos em que apenas o olhar não resolve.

Existem certos momentos em que tudo o que se deseja está tão distante que até falta o ar .

Uma vontade cresce dentro do corpo, como uma massa... incha, ocupa todos os espaços vazios e empurra o que encontrar pela frente. E quer sair. De qualquer forma precisa ser colocada pra fora. Mas ela só cresce. E não acha saída.

Talvez essa vontade tão grande escorra pelo rosto, como uma lágrima. Mas ela ainda está lá, grande e cada vez maior.

Talvez essa vontade seja passageira, tenha seu fim em qualquer soluço... mas enquanto isso, ela só aumenta.

Um arrepio toma conta de todo o corpo. Um suspiro parece me levar pra qualquer outra dimensão que não esta.

Não foram dias bons. E eu sinto que a minha vontade só aumenta. Mas ela é palavra. E a palavra sozinha não basta.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Rei de calças curtas!

Gente, não é possível que só eu tenha reparado no tamanho das calças do Pelé no "Criança Esperança" do último sábado.

Não achei em vídeo e nem foto...

Caso encontre, um dia, coloco aqui. Juro!

Quase morri de rir vendo aquele babaca com uma calça tão curta que ficaria excelente se vestisse o Romário.

So fuckin' tired.... #comolidar?

Beijos*

Post Scriptum: saí com DMM hoje e gastei os tubos em sapatos confortáveis. Não posso ficar zanzando pela cidade com meus lindos pares... pois além de acabar com meus pés, acabo também com os pobrezinhos. Nada de sapatos machucados por aí.
Nota rápida: amanhã procuro uma foto ou vídeo do Criança Esperança desse sábado.

Quero mostrar o tamanho das calças do "Rei" Pelé.

Achei digno de Pinico.

domingo, 23 de agosto de 2009

Fim de semana

Meu fim de semana começa na sexta. Pra muitos também, pra outros só no sábado.

Sendo assim, vamos começar pelo começo: a sexta.

Na sexta-feira eu tinha seis visitas marcadas. A primeira foi tranquila, na Lapa. Blábláblá e nada de sair contrato.

Depois fui pra Osa. Agência de Turismo. A mulher A-M-O-U e não assinou. Um caralho.

Osa/SP. Na divisa mesmo. Meu primeiro contrato saiu pra uma empresa de recarga de cartuchos. O cara tem 7 lojas espalhadas pela capital e interior e assinou o contrato mais barato. Mas é o que a Fernanda fala: "Melhor um módulo na mão do que uma página voando".

Foi lindo: tremi, suei, gelei, gaguejei e preenchi a tal folha.

- Número do cartão, por favor (eeeeeeita porra!)

- XXXXXXXX-XXXX

- Código de segurança?

- YYY

Caraca. Eu parecia estar com Mal de Parkinson.

Saí da loja feliz da vida. Já tava sentindo a grana entrando no bolso. Mas eu precisava de mais. Aliás, preciso.

Próxima visita: Vila Gomes. Onde Judas deixou o cu, de tanto medo de tomar um balaço nos córneos. Eu já tinha ido na Vila Gomes na quinta. Conheci um senhor muito simpático - apesar de extremamente pobre - por lá. História pra outro post.

Foi terrível. Subi uma ladeira que deixava a da Brigadeiro Luiz Antônio parecendo uma Avenida Paulista. Começou a chover. A questão é que eu trabalho com uma pasta que pesa mais ou menos 3kg. Parece pouco, mas andar com isso o dia inteiro já trouxe calos para as minhas mãos de princesa.

Cheguei no cume da montanha. Pensei em fincar uma bandeira, já que a impressão era de lugar nunca antes visto por um humano, mas desisti... já estava muito atrasada. Um portão, sem campainha. Bati palmas. Uma mulher apareceu e eu perguntei:

- É aqui a empresa de transportes XPTO? Do seu Fulano?

- Não é aqui não. Sobre o que seria?

- Eu vim falar com o seu Fulano. Marquei uma reunião com ele. Aqui não é a Av. Onde Judas Perdeu o Cu? Número 666?

- É sim. Vou chamar a mãe dele.

Pensei comigo: a porra da mulher não tinha dito que não era aqui? Agora é e o homem tem até mãe? O que o nome de uma grande empresa não faz...

Apareceu uma velha horrenda. Um cabelo desgrenhado, já quase todo branco. Uma roupa suja, gasta. Estava de Havaianas e pude ver suas unhas do pé. Enormes e sujas. Ela comia alguma coisa e uns pedaços brancos saíam de sua boca. Pra quem assistiu "Arraste-me para o Inferno", era a PRÓPRIA velha do filme. Juro.

Senti um pavor indescritível.

- Quem é que quer falar com o Fulano? É da Prefeitura?

- Não, senhora. Eu sou representante do CREA e marquei uma reunião com seu filho aqui. Estou um pouco atrasada... ele está?

- Ele num tá não, fia. Saiu com o Fulaninho pra fazer um carreto. Num sei que horas volta.

- Mas... mas eu marquei com ele!

O pessoal que estava no portão, achando que eu era da Prefeitura, sumiu junto com a velha. Ninguém me chamou pra entrar.

Lá de dentro ela gritou:

- Vou ver se consigo falar com ele. Espera aí.

E eu: claaaaaro que vou esperar. Olhei pelo portão entreaberto e vi montes de merda de cachorro no quintal. "O que caralhos estou fazendo nessa pocilga?"

Liguei pra minha gerente. Disse que aquilo não ia dar em nada. Ela me mandou esperar um pouco mais, porque havia acabado de falar com o Fulano e ele confirmou que estava indo pra lá, junto com o Fulaninho. Esperei.

Apareceu um moleque um pouco mais apresentável que os demais e me convidou para entrar. Só quando cheguei no quintal que percebi tratar-se de uma espécie de "cortiço". Fui até os fundos e entrei na casa da velha. Maldita hora. A casa fedia. Um cheiro nojento de mendigo, de coisa suja, de gente que não toma banho. Segurei pra não vomitar ali, no chão da "cozinha". A velha me chamou pra entrar num quartinho, onde havia uma beliche, uma mesa e uma cadeira. Sentei na cadeira e ela tentou, mais uma vez, entrar em contato com o Fulano. Apareceu na porta um homem, visivelmente com problemas mentais. Todo sujo, passando as mãos na parede e dizendo repetidamente:

- Fulano não tá em casa... ele saiu... acho que não volta hoje.... E um olhar perdido. Fiquei assim... CONGELADA de medo.

A velha, não conseguindo falar com o cara, encostou a porta e saiu. O cara saiu junto com ela. Fiquei sozinha ali, olhando praquele chão imundo.

- Senhora! Ô senhora! O cachorro tá preso? É que eu já vou indo. Não vou esperar seu filho chegar porque ainda tenho outra visita pra fazer hoje.

- Tá preso sim, fia. Pode vim.

Saí e dei o telefone pra ela. O cara, se tiver interesse, liga.

Desci a mesma ladeira quase aos prantos e fui continuar minha aventura por esse Brasil. Peguei um ônibus, já estava quase escurecendo. Tinha que descer perto da Raposo com a Politécnica. Deu tudo errado. Desci em frente a Oetker e liguei na hora pra minha gerente.

- Carla, tô no meio da Raposo e não tenho ideia de onde ir.

- Vou ligar pra Ciclana. Calma.

Ela ligou e a mulher disse que eu teria que voltar, sentido Pinheiros, descer em frente ao Shopping Raposo, atravessar a passarela, seguir até a Decathlon e entrar na segunda à direita.

- Carla, acho que não quero ir nessa visita. Tá de noite, já passei por poucas e boas hoje...

- Jackie, faz assim: vai pra casa. Eu ligo de novo e desmarco. Você já tirou um contrato hoje e eu não quero você zanzando pela Raposo Tavares de noite, procurando rua!

- Brigada, Carlinha! Te amo.

Na volta pra casa passei no Eldorado, namorei uns sapatos novos, chorei um pouco no banheiro e fui pegar meu ônibus. Cheguei exausta, podre, morta e enterrada.

Dormi. Dormi e acordei durante a noite muuuuitas vezes. Tudo doía.

Passei o sábado no hospital. Resultado: infecção urinária e duas semanas de antibiótico.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A título de curiosidade só, porque estou MUUUUITO cansada pra postar algo interessante hoje.

Almocei no mesmo lugar. O prato do dia foi "Carne Seca com Abóbora", mais conhecida pelos meus como "Jabá com Jerimum". Achei digno comer algo típico e pedi.

Grande, é claro.

Fiz minha primeira visita hoje. Remarquei pra quarta que vem. Pra fechar!

Esse é meu.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Strogonoff

O almoço de quarta-feira poderia ser strogonoff ou feijoada.

Como éramos em sete e a maioria pediu strogonoff, não quis ser a diferente e pedir uma fejuca completa, pra depois ficar babando e tendo indigestão em cima do telefone.

- Um mini-strogonoff, por favor. Ah... e vem acompanhado de quê?

- Arroz branco e batata-palha, senhora.

- É muito pequeno esse "mini"? Eu como muito, sabe?

As meninas se entreolharam. Senti algo como "duvido que ela coma mais que um mini... magra desse jeito?"

- Nossa, Jackie! Você come mais que um mini? Acho que deve ser suficiente, não?

- É que eu nunca comi aqui. Não sei se gosto dessas coisas "mini"...

- Vai ser um mini-strogonoff mesmo, senhora?

- Tá, vai. Pode ser. Um mini-strogonoff e um suco de laranja, com gelo e sem açúcar. Por favor.

Depois de esperar cerca de 15 minutos no "mini"-corredor, nos acomodamos.

Demora, demora, demoooooora. A barriga da Jackie - a Etelvina, no caso - gritaaando de fome e nada.

- Gente, que demora!

- Vamos chamar o seu Fulano pra parceria, assim ele expande o negócio e o restaurante!

Chega o menino com 712 pratos de strogonoff.

- Nessa mesa é tudo mini?

-É.

Serviu.

Olhei pra mini-travessinha, olhei pro meu prato... a Etelvina deu o alerta e eu não aguentei:

- Gente, mas isso não é mini... é MICRO!!

Risada geral na nossa mesa e nas outras.

- Eu APOSTO que você ñão vai comer mais que isso! Deixa de ser gulosa!

- Porra... eu devia ter pedido uns "bifão" à milenesa. Dos grandes, nada de merda de "mini"! E aqui só tem arroz! Os caras enchem a travessa de arroz e botam duas batatas cortadas palha e duas colheres de strogonoff?

Comemos... e eu vendo meu prato ficar mais vazio que bolso de pobre. Além de tudo, estava crente que o strogonoff era de carne. Não era. E o frango tava meio insosso.

Uma colega, muito caridosa, não aguentou comer toda a sua travessinha de salada e me deu metade.

- Come, Jackie! Sério... eu não vou aguentar comer TAAAANTA salada. Se você não comer vai estragar.

- Sério? Eu vou comer. Me dá essa porra aqui.

E pensando comigo: porque caralhos uma pessoa não consegue comer SÓ salada? Um pratinho miserável de folhinhas e ainda come só a metade?? Ah vá...

Bendita salada. Tudo bem que chegamos do almoço e a Etelvina já queria dar seu pulos.

Meti um chiclete na boca e continuei meu dia de trabalho.

Sinceramente?

Eu devia era ter pedido uma fejuca. Grande, é claro. XXL!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O sol nasce pra todos...

Os dias de chuva também.

Comecei hoje uma nova fase da vida. Estou cansada, mas confiante.

Talvez sobre menos tempo para o blog, talvez não. Tudo depende de como vou conseguir administrar meu tempo...

Essa sou eu hoje: quebrada, exausta e acreditando que conseguirei coisas melhores pra mim de agora em diante (MUITO melhores que o ônibus lotado, a Queiroz Filho e a Jaguaré travadas às 18h e a Jackie estrebuchando de dor, implorando para uma senhora ceder seu lugar pra ela pelo menos morrer sentada...).

Beijos!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sexo é esporte...

- *Jackie* diz:
*mas você não gosta?

- Amiga... diz:
*d nda
*não gosto dessas coisas

- *Jackie* diz:
*de trepar?
*ahtomaaa

- Amiga... diz:
*eu acho sexo uma coisa ridicula
        
- *Jackie* diz:
*ahaaaammmm
*eu tb, sabe?

- Amiga... diz:
*ai meu, coisa de gente q não tem o q fazer
        
- *Jackie* diz:
*duas pessoas (ou mais) suadas, se esfregando....
*coisa mais nojenta!

- Amiga... diz:
*pq qndo alguém não tem o q fazer q a gente fala?
*ahh vai da meia hora de bunda
        
- *Jackie* diz:
*cara.... sexo é assim... algo escroto
*#prontofalei

- *Jackie* diz:
*prefiro ver o filme do Pelé!

- Amiga... diz:
*pego pesadooooooo

Mas e num é? Quem é que gosta dessa merda?

domingo, 16 de agosto de 2009

Reunião familiar

Hoje a ralé veio se reunir aqui em casa. "Ralé" é como eu chamo, carinhosamente, os membros da minha família.

Pois bem. Vieram tios, primos e primas. Algumas pequenas criaturas também estiveram presentes no almoço dominical. Se houve algum aniversário ou final de Copa do Mundo para tamanha comemoração eu, sinceramente, não estou sabendo até agora.

O fato é que, pra variar, minha tia veio com seus pimpolhos diabólicos e sem o marido. Meu outro tio veio também com a prole (um pouco mais crescida) e a esposa. Trouxeram também duas primas de Maria, as quais consideramos e temos carinho imenso. Elas jamais se portam como a ralé. JAMAIS.

A tia reclamava do marido, ausente, e a conversa descambou para o andar de baixo. Eu chamaria de "inferno" mesmo, mas as pessoas chamam de "casa da avó".

Sim, para quem não sabe, a matriarca mora a alguns degraus da minha casa. O que para muitos poderia significar bajulação e amor fraterno, pra mim é meu pior pesadelo. Isso porque a mãe de Maria é assim, digamos que... alguém com quem a Jackie não gosta de conviver. Aliás, detesta. Melhor ainda, ODEIA.

Sejamos mais claros: eu simplesmente não suporto aquela velha lazarenta.

O motivo de tamanha amargura não vem ao caso. Então, voltemos ao ponto. A conversa descambou para a casa da criatura e era um tal de "psiu!" pra cá e "fala baixo!" pra lá. Tudo porque é a matriarca quem domina a vida do filho do meio da tia.

Ela fica com ele nos finais de semana, férias, feriados e todos os outros dias em que a tia permitir. Ou seja, sempre.

A questão é que Maria já não aguenta mais o mini-vândalo circulando pelo quintal com suas pipas from hell e a distinção que a matriarca faz entre ele e os outros netos. Se o mini-vândalo propuser uma caça às bruxas e nos queimar todas vivas, a matriarca aplaudirá com um sorriso sádico nos lábios - nunca havia pensado nisso... acho que ela até ajudaria! -, como quem acabou de ganhar um prêmio.

A tia? A tia finge que não é com ela. Ignora e continua falando mal do marido, ainda ausente.

- É porque ele dá dinheiro pra Igreja!

- Mas tia, se acalma!

- Que me acalmo o car%$$#%!! Aquele pastor filho da p^%& tá tirando o meu marido de casa!! Eu não aguento mais! Ele é um fanático! Jogou todas as minhas imagens no lixo...eu rezo toda noite pra N. Sra. Aparecida devolver meu marido... porque não dá mais, vou ficar louca, blá blá bláááááá....

- Mas... tia! Conversa com ele... Quem sabe não...

- Quem sabe o cace%$#! Eu já dei um ultimato! Ou ele sai da Igreja dele ou a gente vai se separar! Vocês viram o Edir Macedo? Viiiiiiiram?

- Tá, tia... mas a matriarca... o mini-vândalo....você tem que controlar mais as vindas dele pra cá! Isso tá prejudicando a "criação" dele. O menino perdeu o referencial, não sabe a quem obedecer... a Maria está ensandecida! E tem mais...

- Eu quero é mais! Bem-feito pra esse ladrão desgraçado, filho duma égua! Quem manda roubar dinheiro dos trouxas? Trouxas iguais ao meu marido... ele deixou de pagar as contas, acredita??

- ...

- É, mas mesmo com essas notícias ele não acredita!! Ele acha que os crentes estão sendo perseguidos! Perseguidos o c^% dele!!

- ... ...

- Você não fala nada?

- Ah, tia... é que o mini-vândalo...

- Ih, que coisa! Deixa meu filho em paz! E para de falar da minha mãe. Ela é velha, coitada!

- Por isso mesmo, tia... (interna logo essa desgraça), ela precisa descansar. E o mini-vândalo suga muito o tempo dela. Você é mãe, deveria zelar mais por ele... é que neto criado com avó, bem... você sabe (ou vira bandido, ou vira a bunda)...

E a conversa seguiu sem qualquer sentido.

De repente, o tio se levanta, já trôpego de cerveja:

- E esse Collor no Senado? Falando bem do Sarney? Eu pegava e dava uns socos!! Pra aprender...

- (graças a Deus mudamos de assunto! Política! Ê!) Pois é, tio! Você viu que coisa? Ninguém tira o bigode acaju de lá mesmo, né?

- Eu vi sim! Um absurdo!! Não era ele quem dizia que o Sarney era safado e o car%^$#?

- É tio... ele e o Lula!

Em únissono, os tios:

- DEIXA O LULA FORA DISSO! NÃO FALA DELE!!

- Mas gente... ele é conivente e sab...

- O QUÊ? VOCÊ É LOUCA?? O LULA NÃO TEM NADA COM ISSO E É O MELHOR PRESIDENTE QUE ESSE PAÍS JÁ TEVE! UM LÍDER DO POVO, UM HOMEM HONESTO!!!

- Gente, com licença... preciso ir ali vomitar.

Entra o primo, filho mais velho da tia:

- Eeeeu não voto mais no Lula! Desgraçado... fica ajudando o Corinthians!

- Bleeeeeeeergh (eu vomitando).

Eu aaaaaaamo a ralé. Ô.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Anúncio

Acabei de lavar os banheiros e passar a roupa da semana.

Tenho um segredo para tirar manchas de vidros e espelhos e deixo a roupa impecável.

Sou rápida, competente e limpinha.

Não dou confiança pra patrão casado - salvo raras exceções -, não durmo no serviço e NÃO cuido das crianças, a menos que tenham quatro patas, sejam peludas e latam.

Estou disponível para o trabalho 24h por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.

Contato no 234-5678, sem molhar o biscoito.

Atenciosamente,

Escrava Anastácia.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O mundo acabou.

Estava eu, passeando pela internet e pelo quase extinto orkut ontem à noite.




Eis que me deparo com essa foto aí acima. Nada demais, vocês podem pensar. Claro que não há nada demais... se não se tratasse de uma criança. Sim! uma criança.

Olha, me desculpem os que acham que a partir dos 10 anos a pessoa pode ser enquadrada numa categoria qualquer que não "criança": pré-adolescente, teen, jovem, antenado ou outra coisa que os aproxime de "adultos" não me parece nada bom. O resultado é isso aí.

Chama de moralista, de quadrada, do que quiser. A menina tem 12 anos e essa foi uma das fotos dela mais "publicáveis" que encontrei - porque não tem seu rosto -... as outras eram disso pra pior. O que me deixa mais puta é que acham esse tipo de coisa normal! "Ah, deixa a menina... vai cuidar da sua vida... quando você tiver seus filhos meta-se com eles!"

Caralho! É por essas e outras que eu me importo! Porque quando tiver meus pentelhos, não quero que eles se espelhem nessas criaturas, que até lá já terão seus 450 anos...

Dá pra dizer que, no caso de essa menina aparecer grávida em casa - pelamor de Deus, não estou nem desejando isso, quanto mais rogando praga na gordinha... - o caso será de polícia? Algo como "um pedófilo abusou da minha menininha!"? Acho que não, né?

Um dos comentários em outra foto era algo do tipo: "ô delícia de loirinha... se te pego te chupo inteirinhaaa...gostosa mermo!", de um moleque que deve ter seus 18, 19 anos. O que ela respondeu? "Num fala assim que eu gamo". Com 12 (!!!) anos, vale salientar.

Nada justifica essa sexualização precoce... talvez pais omissos ou displicentes, mas com certeza não é só isso. Deve ser mesmo um sinal do fim dos tempos.

E meu priminho de 8 anos - "ele não é criança" a puta que te pariu! - acabou de dizer que está se sentindo triste, porque sua volta às aulas foi adiada e ele está com saudades da namorada Yasmin.

Já ouço o som das trombetas dos sete anjos...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Busão

Que ônibus é a morada do demo ninguém mais duvida. A questão é que eu, reles mortal, sou obrigada a andar lado-a-lado com os adoradores do mal simplesmente porque não sei dirigir.

Minha cabeça é limitada. O resto também. São dois pés para três pedais, além das mãos e dos olhos que devem se movimentar todos ao mesmo tempo. Não dá. Dirigir é uma arte para poucos, já que requer o mínimo de atividade cerebral.

Enfim... voltemos à saga.

Estava no ônibus, indo para uma entrevista na Paulista. Entra uma mulher e seu pivete. Criança já é por si só uma bosta ao quadrado. Quando fica grande então, se torna uma bosta grande e sem-graça. Os pequenos até fazem você rir, falam coisas surpreendentes para um cérebro tão pequenininho... mas depois de uns 5, 6 anos... aff...

Daí que o pirralho sentou-se ao meu lado. Ele devia ter um 7 anos e carregava no braço uma coisa meio alienígena, que só depois fui perceber tratar-se de um relógio. Desses de moleque, cheio de incrementos inúteis. Pois bem... aí o mini-vândalo começou a cantarolar alguma coisa que eu não entendi no começo, mas que depois ficou mais clara. Ao mexer no seu relógio-espacial, ele cantava algo como "enrolei meu braço... tô enrolando meu braço... enrolê-ei... meu braçooo... tá enro-lan-do meu braaaço" e repetiu isso durante uns 10 minutos. Hora mais alto, hora mais baixo... como se fosse um mantra satânico.

Eu estava de óculos escuros, grazzie a Dio! Se não estivesse, eu seria o próprio Ciclope naquele momento. Fulminaria o porra do pivete com raios-lasers tão potentes que até o ônibus pegaria fogo! Sei que depois de um tempo - já nem sei quanto, pois minha massa encefálica tinha sublimado - a desgraçada da progenitora o levou para sentar-se em outro lugar, não tão longe de mim, mas o suficiente para que eu não o pudesse assassinar.

Fui fazer minha entrevista, feliz e contente.

Na volta pra casa... ônibus, claro. Lotado. Abarrotado. Cheio de seres inferiores, acéfalos, incapazes de mover um mísero músculo para olhar ao redor e perceber se há idosos, grávidas, mulheres com crianças de colo, deficientes ou eu, totalmente desequilibrada e com uma bolsa enorme nas mãos. Pedir pra segurar a bolsa? HelloOOo, Jackie! Acorda!

Faltando alguns quarteirões pra chegar em casa eu consegui me sentar. E daí que já estava chegando? Eu queria sentar, por alguns segundos... e sentir como é bom poder sentar num banco de ônibus, me deixa?

Aí vem as cenas impagáveis... é clichezasso, mas eu NUNCA vou me acostumar com quem faz isso: alguém dá o sinal para descer. Até aí tudo bem, as pessoas vão se posicionando, "o senhor vai descer no próximo?" (essa pergunta é assunto para um post futuro), gente se enfileirando, a porta abre, as pessoas começam a descer, tal...aí vem a tragédia. Quando o motorista aperta algum botão mágico lá e faz-se o barulho chiuuuunfff para as portas fecharem, ouve-se um grunhido. Grunhido não, um urro: VAI DESCÊÊÊÊ!!! E a figura da "estragada" ressurge das trevas.

A estragada é aquela mulher gorda, feia, descabelada, cheia de sacolas e de filhos por todos os lados. Ela espera o ônibus parar, todas as outras criaturas descerem, o motorista dar a partida para sair, para ela se levantar com sua ninhada do último banco - porque é claro, a estragada jamais se sentaria no primeiro! -, empurrar aos berros todos os outros que ainda não desceram e EXIGIR que o motorista a espere chegar na porta. Acompanhada do Rodnelson, da Yasmilly e do Credsvanildo.

Coooorre, Creds! Anda meniiiina, pega o Rodnelson no coloooo! Vai descêêêêê motoristaaaa! manda ele esperar aí, cobradô! Calma... gente, dá licença, eu vô descê! Tô com três criança aqui, né? Vai!!! Vai!!

E assim caminha a humanidade... a passos laaaaargos. Rumo ao abismo! Amém.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mudanças climáticas

Não tenho paciência para as mudanças do tempo.

Pra mim, é bem simples: ou chove ou faz sol. Acordar num dia, com um puta calor senegalês e, de repente, terminar debaixo de 100 edredons não é coisa de gente normal. Me recuso.

Meu clima interno até muda - com frequência assombrosa, diga-se de passagem - já que sou "uma gangorra emocional totalmente descontrolada", mas isso dentro da gente é comum. Fora, é coisa de louco.

Costumam dizer que em São Paulo temos o efeito "cebola": você se veste com milhares de peças no começo da manhã, para ir trabalhar, e ao longo do dia vai tirando tudo, até voltar pra casa de sutien e calcinha.

Quem dera continuasse assim. Porque o que eu vejo hoje é o inverso: você vai trabalhar nu e morre de hipotermia ao chegar em casa. Acorda e olha no climatempo que o dia será de sol, sem nuvens e que a máxima pode ultrapassar os 29oC ao longo da tarde.

"Ouquei", você pensa. E põe seu vestido de alcinha e uma sandália bem aberta. "Guarda-chuva é para os fracos". E sai de casa.
Vai percebendo, pela janela do escritório, que as pessoas na rua começam a andar mais curvadas, como se estivessem se encolhendo ou fugindo de alguma coisa. "Ah, no máximo um ventinho...".

Às 18h, ao sair do trabalho, você se vê parada, no ponto de ônibus (estou falando com os mortais, com licença) e um frio de bater as canelas. Uma nuvem compacta e preta como o seu delineador começa a se formar no céu que antes fora de anil. "Vai chover, fodeu".

Seu ônibus não só demora pra passar como vai chegando cada vez mais gente no ponto e, como se não bastasse, ainda te olham como se você fosse um ET, vestida daquele jeito num puta frio do cão. Sem pashmina, sem cachecol, sem lenço marroquino - pra pelo menos prevenir seu peito contra uma pneumonia -, sem nem um seteoitavozinho, você espera a morte lenta e dolorosa chegar...se não por frio, pela gripe suína... que você certamente vai contrair dentro do ônibus lotado, já que nem um filho da puta abre um tiquinho de janela quando começa cair a garoa fina, típica de final de tarde em São Paulo.