domingo, 23 de janeiro de 2011

ELE

"@FrasesdeClarice Quando se sente amor, tem-se uma funda ansiedade. É como se eu risse e chorasse ao mesmo tempo. E vem o medo, que essa felicidade não dure."

"Amor" é um sentimento estranho. Por infinitas que sejam as tentativas de mensurá-lo ou descrevê-lo, torna-se praticamente impossível não cair em clichês, obviedades, lugares-comuns. A impressão que se tem é que o amor é a única "coisa" realmente inexplicável nesse mundo.

Não tenho a mínima prentensão - por isso mesmo - de explicar (ou entender) o amor. Nem o dos outros, muito menos ainda o meu. O caso aqui é de mera curiosidade com relação às reações. Físicas, psíquicas, espirituais... Sou uma grande curiosa quanto ao amor transformador, o amor vital. Aquele amor que te faz suar frio. Que te esquenta o corpo e te faz sentir febre. Que muda o seu jeito de ver as pessoas. Que te faz se fechar numa casca. Que te liberta. Que cura e adoece. O amor que te deixa sem palavras. O amor metalinguístico e mudo.

Seu corpo fala. Cada poro e cada vaso sanguínio falam. Sua alma tagarela. Só seus lábios não emitem som algum. Cada palavra que explode dentro de você desaparece no caminho entre o coração e a boca. Não há controle. Não há domínio. Você já não existe por si. Você quer ser além. Você deseja ser (d)o outro. Extensão. Parte e todo.

E é uma alegria tão grande que gera medo. É tão divino que arrasa. É tão incomum e banal que surpreende.

São opostos, eu acho. Amante da língua Portuguesa que sou, posso dizer que o amor é a "hipérbole paradoxal" mais impressionante que conheço. Ou ainda um grande "paradoxo hiperbólico" (e nesse caso, sendo inexata, a ordem dos fatores altera completamente o produto). É toda uma loucura reunida e caótica. É um abismo particular. Aquele lá, em que sempre desejei cair de cabeça, de braços, de pernas, de tudo.

Conscientemente me mata de pavor. Mas eu ando tão inconsciente!

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