"@FrasesdeClarice Quando se sente amor, tem-se uma funda ansiedade. É como se eu risse e chorasse ao mesmo tempo. E vem o medo, que essa felicidade não dure."
"Amor" é um sentimento estranho. Por infinitas que sejam as tentativas de mensurá-lo ou descrevê-lo, torna-se praticamente impossível não cair em clichês, obviedades, lugares-comuns. A impressão que se tem é que o amor é a única "coisa" realmente inexplicável nesse mundo.
Não tenho a mínima prentensão - por isso mesmo - de explicar (ou entender) o amor. Nem o dos outros, muito menos ainda o meu. O caso aqui é de mera curiosidade com relação às reações. Físicas, psíquicas, espirituais... Sou uma grande curiosa quanto ao amor transformador, o amor vital. Aquele amor que te faz suar frio. Que te esquenta o corpo e te faz sentir febre. Que muda o seu jeito de ver as pessoas. Que te faz se fechar numa casca. Que te liberta. Que cura e adoece. O amor que te deixa sem palavras. O amor metalinguístico e mudo.
Seu corpo fala. Cada poro e cada vaso sanguínio falam. Sua alma tagarela. Só seus lábios não emitem som algum. Cada palavra que explode dentro de você desaparece no caminho entre o coração e a boca. Não há controle. Não há domínio. Você já não existe por si. Você quer ser além. Você deseja ser (d)o outro. Extensão. Parte e todo.
E é uma alegria tão grande que gera medo. É tão divino que arrasa. É tão incomum e banal que surpreende.
São opostos, eu acho. Amante da língua Portuguesa que sou, posso dizer que o amor é a "hipérbole paradoxal" mais impressionante que conheço. Ou ainda um grande "paradoxo hiperbólico" (e nesse caso, sendo inexata, a ordem dos fatores altera completamente o produto). É toda uma loucura reunida e caótica. É um abismo particular. Aquele lá, em que sempre desejei cair de cabeça, de braços, de pernas, de tudo.
Conscientemente me mata de pavor. Mas eu ando tão inconsciente!
domingo, 23 de janeiro de 2011
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