quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O tempo passa até pra mim.

O tempo tem passado da maneira mais sem graça possível, embora eu tente ver alguma graça onde ela simplesmente não existe.

Foram dois meses dificílimos, cheios de um gosto de fel que eu não imaginei que sentiria. A garganta arranha e o amargor no fundo da língua vão amenizando, mas ainda são meus companheiros de cada manhã.

Hoje tive vontade de ligar. Pra dizer "oi", pra saber como ele está. Não tive coragem, pra variar.
Pensei que, se ligasse, ouviria no máximo um "tudo bem, e você?". Eu também mentiria e a conversa terminaria ali. Então... não liguei.

A saudade dele e do cheiro dele tem cor. Nos dias em que está azul, eu consigo respirar. Quando está lilás, dói um pouquinho menos. Posso até sorrir ao lembrar de alguma piadinha boba (e sempre tão perspicaz) que ele fazia.

Nos piores dias as cores são berrantes. Um dia ela está negra, como o breu de uma rua de terra no meio do nada. Noutro dia está vermelha. Não preciso explicar.

A razão de tudo isso é bem simples, hoje posso ver com mais clareza: não se ama ninguém por obrigação ou por uma retribuição de sentimento. Como amar quem não se ama?

Eu amo. Mas meu amor não "basta para nós dois". Não mesmo!

Como eu disse no dia em que ele me deixou: só posso lamentar. Muito e sempre. É de se lamentar que o sentimento não seja recíproco, que não tenha "dado pé" no mar em que mergulhamos juntos...

Espero que ele se lembre de mim. Com o carinho e afeto que me dedicou enquanto caminhávamos na mesma "estrada por asfaltar".

O tempo passa. Até para nós dois.

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